sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

32º Congresso da CNTE – Oposição APP, de Luta, Pela Base está presente!


Entre os dias 16 e 19 de janeiro, ocorre o 32º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE. O Congresso terá como tema “Educação, Desenvolvimento e Inclusão Social.” Os educadores que participam da Oposição APP de Luta, Pela Base, estão assinando a resolução número 7, denominada: “ Bloco de Oposição à Direção da CNTE”.


A proposta de resolução nº7 é resultado de um esforço em unificar diferentes setores de esquerda que estão descontentes com as políticas aplicadas pelo governo federal, como foi o caso da privatização do Campo de Libra, aeroportos, estradas, ou então o desperdício de utilizar quase metade do orçamento para o pagamento da dívida pública. O Bloco de Oposição reafirma a necessidade da direção da CNTE romper com o governismo e ter independência, além de organizar e unificar as lutas,a altura das grandes manifestações de junho do ano passado.

Plenária da CSP Conlutas, um dos grupos que compõem o Bloco de Oposição
 
Especialmente para a educação, somos radicalmente contra as políticas do governo que legitimam a privatização e o sucateamento da educação, como é o caso do Plano Nacional de Educação - PNE, o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE que aplica a política de meritocracia na educação ou programas que visam trazer o setor privado para o interior das escolas, ou mesmo, abrir vagas em instituições particulares através de isenções de impostos ou outros benefícios. Toda a verba pública deve obrigatoriamente investida na educação pública. Exigimos, portanto, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) já!
 
Defendemos a luta sem tréguas contra o machismo. Isso é fundamental para a unidade da classe trabalhadora, principalmente em uma categoria onde mais de 80% dos trabalhadores são mulheres. Também estamos contra todo o tipo de discriminação, seja por conta de raça, classe, orientação sexual ou qualquer outra forma.
 
Por fim, defendemos um Piso Salarial Profissional Nacional para professores e funcionários de escola como vencimento básico nos Planos de Carreira, incluindo os aposentados. Não podemos recuar em relação à Lei do Piso, exigimos que os governos cumpram a carga horária de 1/3 de HA e que o Ministério da Educação (MEC) aplique o custo-aluno como critério de reajuste anual do piso.
 
Somente a luta organizada nacionalmente e unitária poderá garantir os direitos dos educadores! Para isso, estamos propondo em nossa tese um abaixo assinado nacional pela garantia do cumprimento da Lei do Piso e a manutenção do critério de custo aluno como reajuste. Defendemos também a realização de assembleias estaduais e municipais no final de março de 2014, com a aprovação de ato público nacional em Brasília na primeira quinzena de abril. Se não houver avanço por parte dos governos, uma greve nacional unificada será inevitável!

 
Leia nossa proposta de resoluções e outras em:





quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Direção da APP sindicato desconsidera os ataques e calotes do governo e anuncia "vitórias" para os funcionários de escola


Em nota publicada na última edição do jornal 30 de agosto  ( e no site da APP sindicato no dia 08 de janeiro de 2014), com o título: "Funcionários(as) da educação têm mais um ano de vitórias "¹ a direção da APP anunciou  que em 2013 houve "seguidas vitórias" para os funcionários de escola. Essa postura irritou os funcionários que passaram mais um ano sofrendo com os abusos do Governo do Estado.
 
Após tantos ataques e promessas não cumpridas por esse governo, a postura da direção do sindicato levou os educadores às mais diversas indagações: Por que estariam nesse momento lançando uma nota como essa? A direção do sindicato estaria blindando o governo Beto Richa (PSDB) dos ataques dos funcionários de escola? Estaria a diretoria do sindicato tentando mostrar "conquistas" onde não houve? Poderiam estar tentando explicar uma postura de lutas e enfrentamento com o governo, que também não houve?
 
Discutiremos a seguir alguns dos pontos colocados pela direção na nota:
 
Logo no início, a nota provoca os funcionários de educação afirmando que em 2013 foram "somadas" várias conquistas nesse setor. Começam por maio, afirmando o reconhecimento dos cursos de graduação e pós graduação na carreira. Aqui o primeiro deslize. De fato, sabemos da importância desse reconhecimento, mas isso não saiu do papel! Continuamos aguardando o pagamento dos atrasados.

 
Os funcionários de escola estão indignados com essa situação e começam a perder a esperança de receber todos os retroativos que o governo lhes deve. E o que a direção da APP sindicato tem feito sobre isso? Infelizmente, comemorar um avanço que ainda, na prática, não existe!
 
O próximo item elencado na nota como conquista é, na verdade, a maior prova da política derrotista da direção do sindicato, que abandonou as lutas para aderir a uma  negociação interminável com o governo, acordando aquilo que é "possível". É inadimissível incluir na suposta "soma" de avanços o pagamento da Data Base em 1 parcela!
 
Sempre recebemos integralmente no dia 1º de junho! Se esse ano esteve ameaçado, foi justamente pelo fato de que o governo Richa percebeu que a direção do sindicato não está disposta a ir para o confronto. Conhecemos muito bem a política neoliberal do Governo Richa e dos governos do PSDB. Quanto menos pressão da base, maior a intensificação de seus planos privatistas. A nossa Data Base é garantida pela lei 15512/07, e temos que demonstrar com mobilização que vamos defender esse direito contra qualquer ataque deste governo.
 
Mais adiante, a direção sindical comemora a resolução assinada pela SEED sobre o recesso para os funcionários. Como todos devem lembrar, na remodelação do plano de carreira dos funcionários, a direção da APP comemorava e dava como certo que o recesso constaria em nosso plano.

Aqui daremos exemplos de como a direção do sindicato ao invés de armar a categoria para reagir e vencer o governo da queda de braço do recesso, fez exatamente o contrário:
 
Em matéria lançada no dia 29 de janeiro de 2013² assegurava:
(...)"Outros itens importantes previstos no projeto de lei são o direito ao recesso de final de ano e também a remoção."

Em 27 de fevereiro de 2013³ novamente criava expectativas na categoria:

"O projeto de lei que será encaminhado nos próximos dias para a Assembleia Legislativa garantirá, entre outros pontos: progressão de até três classes, recesso de final de ano, remoção(...)."

E depois em 7 de março, às vésperas da ida do plano à Assembleia Legislativa, em uma nota intitulada "Projeto de carreira dos funcionários vai essa semana à Alep"(4) dá como certo o recesso:

"Ao término de cada ano, o sindicato busca junto ao governo um entendimento para garantir que os funcionários da educação tenham direito ao recesso que já é garantido aos professores. A alteração da Lei 123/2008 assegura este direito, deixando de ser uma concessão do governador, como tem ocorrido por vários anos."
Inclusive nessa mesma nota, havia também o modelo da proposta que estaria sendo enviada à assembleia legislativa, onde afirmava em seu artigo 14(5) a garantia do recesso aos funcionários.

Sim, nisso concordamos. O reconhecimento do recesso na Lei do Piso, realmente asseguraria esse direito. Mas não foi isso que ocorreu. Impressionados com as promessas do governo a direção da APP defende no Conselho e na assembleia do dia 09 de abril de 2013, a suspensão da greve!
Em matéria sobre o resultado da assembleia que votou a suspensão da greve, postada em  9 de março de 2013 (6), afirma:

"O entendimento é que se houver retrocessos no processo de negociação, a categoria volta retirar um novo indicativo de greve, por isto, inclusive, a manutenção do estado de greve(...)"

Como não poderia ser diferente, pela própria natureza de um governo do PSDB e com a greve suspensa, veio o calote! Infelizmente o governo mudou o discurso e a direção da APP, ao invés de denunciar e ir para o embate contra o governo, resolveu explicar porque o governo não poderia incorporar o recesso ao Plano de Carreira naquele momento, mas que uma emenda seria feita. O fim todos sabem, a emenda não foi aprovada e os funcionários ficaram sem recesso no Plano.
 
Voltamos ao ponto em que estávamos, negociando todo o final de ano o recesso! Onde tivemos avanço?

Em relação a um ponto central dos funcionários, o aumento real no salário, mais uma vez mudança no discurso do governo e da direção da APP! A proposta era aumento real de 8% mais 6,2% de Data Base. A direção da APP negociou com o governo o avanço de uma referencia na carreira. Isso não é aumento real! O que a direção do sindicato precisa saber é que isso é avanço na carreira e não reajuste no salário base! Denominamos as coisas pelo nome que elas tem e pelo que representam. O que foi votado pelos trabalhadores em educação foi "Aumento real de salário" e não como coloca a direção da APP "Aumento real de pagamento"! Vale lembrar que estamos desde 2008 sem aumento real.



 
Por fim, outro tema um tanto quanto polêmico que a direção do sindicato, contrariando decisão de assembleia, vem tirando da pauta de negociações: a equiparação do auxílio transporte dos funcionários.
 
A reivindicação de isonomia no valor do auxilio transporte consta no item 4 de nossa pauta de reivindicação de forma clara e objetiva: “4. Pagamento do auxílio transporte e período noturno aos Funcionários/as: É direito dos/as Funcionários PSS, ParanaEducação e CLT (CLAD), pelo princípio da isonomia, receberem essas gratificações. Também é reivindicação igualar o valor do auxílio transporte pago aos/as funcionários/as ao valor pago aos/as professores/as.”

 

 
Sem avanços neste item, a situação só piora para os/as funcionários. Uma grande injustiça que aumenta a cada ano se refere ao valor do auxilio transporte entre educadores, que deveriam ser tratados de maneira isonômica. Para se ter uma ideia em uma mesma escola temos colegas de trabalho(educadores) que recebem de auxilio transporte (por 40 horas) cerca de R$700,00;outros em torno de R$250,00, R$124,00 e ainda aqueles que só recebem o vale transporte. Por que essa diferença?

Está mais do que certo que não tivemos um ano vitorioso como é colocado na nota da direção do sindicato. Não podemos cometer os mesmos erros do passado. Sabemos que Beto Richa não governa para os trabalhadores e não é seu interesse investir no Serviço Público. Portanto, defender a Educação Pública, Gratuita e de Qualidade é enfrentar esse governo. Sem pressão não avançaremos!

Por isso defendemos:
 
Aumento real de salario;
Concurso público já;
Equiparação, pelo principio de isonomia, do valor do auxilio transporte a todos os educadores, tendo por base o maior valor; depois disso a imediata incorporação para todos os educadores;
Pagamento imediato de todos os atrasados;
Recesso no Plano de Carreira;
Por um Plano de Saúde que atenda a real necessidade dos educadores.

6- http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=8343

Jornal APP de Luta, Pela Base


Jornal APP de Luta, Pela Base: Página 2